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Promover atividades e fortalecer as ações que envolvam o combate à discriminação étnico-racial na sociedade e nas instituições. Esse é o objetivo da Semana Municipal Doutor Luiz Gama, instituída pela Lei Municipal nº 9.680/2019, de autoria da vereadora e vice-presidenta da Câmara, Thainara Faria (PT). E para comemorar essa data do Calendário Oficial de Eventos da cidade, a Casa de Leis realizou a roda de conversa on-line “Encontro de Memórias”, na noite da quinta-feira (19).
Thainara iniciou a conversa contando um pouco da história de Luiz Gama que, aos 10 anos foi vendido como escravizado, indo para São Paulo. “Gama dedicou-se com afinco e gratuitamente para libertar pessoas escravizadas de várias províncias. Ele conquistou a libertação de mais de 500 pessoas escravizadas, inclusive na região de Araraquara.”
O deputado federal Vicentinho relatou sua vivência e destacou que todos têm uma luta. “Um dia, todos nós, todos os seres humanos, sobretudo a nossa juventude negra, nossas mulheres negras, todos sejamos tratados não pela cor da pele, e sim pelo nosso caráter. E que sejamos tratados em tom de igualdade.”
A professora de dança e membra do Movimento Negro Unificado (MNU), responsável pelo núcleo MNU São Carlos/SP, Carmelita Maria da Silva, também contou a história de sua família, que se estabeleceu na Vila Xavier, e falou da importância dos estudos das culturas africana e afro-brasileira. “Não podemos deixar os nossos mais velhos morrerem sem contarem suas histórias. Aos poucos vamos descobrindo essas histórias.”
“A questão da escravidão no interior de São Paulo não tem memórias. Luiz Gama foi um grande ativista e começou a sua luta através das insurreições dos negros escravizados nas várias fazendas que existiam. E hoje, elas foram vendidas, acabaram com tudo, com as senzalas, poucas viraram fazendas de turismo. Então, não temos um museu da memória do negro no interior de São Paulo”, afirmou a coordenadora do Fórum de Mulheres Negras do Estado de São Paulo, Kika Silva (Doné Kika de Gbessen).
“Se não escrevermos nossa história, ninguém vai escrever. Essas discussões têm que partir da gente mesmo”, entende a cientista social, professora e militante do Movimento de Mulheres e Movimento Negro, Adria Maria Bezerra Ferreira. “São importantes esses momentos em que podemos nos encontrar e contar as nossas trajetórias. A história de qualquer mulher negra, ativista e atuante é a história de uma mulher negra, uma história de resistência, uma história de luta”, completou.
O vice-presidente da Comissão de Combate à Discriminação Racial da OAB 5ª Subseção Araraquara, Cláudio Claudino, destacou a importância da representatividade nas casas de leis. “Minha mãe foi a primeira mulher negra a ter o nome em um órgão público em Araraquara, graças a uma iniciativa da vereadora Thainara Faria. A Lei nº 10.639 [inclusão no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira] está adormecida, ela tem que acontecer, ela está morta e lei morta não funciona. Ela é importante para transformar a vida de pessoas. ”
“Nós somos o que somos porque os nossos passos vêm de longe, vêm de muito longe”, enfatizou a matriarca da Comunidade de Terreiro Ilê Axé de Yansã, Rosa Maria Virgolina da Silva (Doné Oyassy). “As mulheres pretas foram as primeiras mulheres a mexer com a economia nesse país. As compras e vendas vinham de quem? Então a gente é muito forte e não podemos de jeito nenhum deixar de passar para os nossos o quanto somos rainhas e reis, o quanto é importante para mim ser mulher preta e rezar, bater meu tambor, dançando e abraçando todos”, finalizou.
Confira como foi a roda de conversa na íntegra aqui.
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