O conselheiro tutelar Márcio William Servino participou da Tribuna Popular da Câmara Municipal de Araraquara na Sessão Ordinária de terça-feira (29) falando sobre o tema "Eventos realizados na cidade que possam, de alguma maneira, ter violado direitos de crianças e adolescentes”. Ele se referia a eventos populares organizados, promovidos ou apoiados pela Prefeitura.
O palestrante relacionou algumas situações observadas em cada um deles, todos com a presença de jovens e adolescentes, portanto, com menores de idade. Na atividade “Música na Estação”, ocorrida em agosto na plataforma da antiga Estação Ferroviária, cerca de mil jovens se reuniram para acompanhar as apresentações musicais. Segundo Servino, havia bebida alcoólica e foram encontrados pinos plásticos, utilizados para venda e uso de cocaína. A própria Prefeitura encerrou o encontro, ao notar que a aglomeração poderia colocar em risco as pessoas que lá estavam. O Conselho Tutelar indagou o Executivo sobre a estrutura para a sua realização.
Uma apresentação de teatro e dança, ocorrida em setembro no Teatro Wallace Leal, no centro da cidade, também foi objeto de sua fala. Novamente, com a presença de jovens, a maioria alunos da Escola Municipal de Dança, havia outra vez o consumo de bebida alcoólica. O Conselho Tutelar denunciou que, em uma das apresentações, ocorreram cenas de nudez parcial, com frutas colocadas sobre os corpos dos atores. Isso teria causado incômodo e constrangimento dos pais dos alunos que assistiam as apresentações. Na área externa, uma atriz seminua fez grafitagens. Ele criticou a presença de jovens e adolescentes no local e consumo liberado de vinho, porém sem assegurar se os mais jovens consumiram a bebida. “Faz cultura do jeito que quiser?“, disse.
Falou sobre a contradição do Executivo em realizar conferências e discussões de políticas sobre drogas e de direito da criança e do adolescente, e em outro momento, permitir ou organizar eventos com estas situações relatadas. “De quem é a responsabilidade de proteger a criança e o adolescente? Família, sociedade e Estado. Se todos não cumprirem o seu papel, de nada adianta ter duas unidades do Conselho Tutelar na cidade e serem feitas leis. Acredito que o que falta é diálogo”, afirmou, dizendo que faz este alerta, porque, como cidadão e conselheiro, não poderia deixar isso no silêncio. Propôs, ainda, um debate, uma discussão sobre os eventos realizados pelo poder público.
Link para o vídeo com a fala do palestrante
Publicado em: 31/10/2019 17:29:20